Vendas de títulos públicos pelo Tesouro Direto atingem recorde de R$ 6,842 bilhões em março
O Tesouro Nacional anunciou nesta terça-feira (24) que as vendas de títulos públicos realizadas pela internet para pessoas físicas alcançaram o valor de R$ 6,842 bilhões em março, o maior volume mensal desde o lançamento do Programa Tesouro Direto, em 2002.
Esse número representa um aumento de 65,6% em relação ao mesmo período do ano passado, quando as vendas registraram R$ 4,132 bilhões. O recorde anterior havia sido registrado em maio de 2019, com vendas de R$ 5,861 bilhões.
Os títulos mais procurados foram aqueles corrigidos pela Selic, com participação de 63,1%. Os títulos vinculados à inflação corresponderam a 20,7% e os prefixados, 12,5%. O Tesouro RendA+, destinado ao financiamento de aposentadorias, correspondeu a 3,7% das vendas.
A alta demanda por títulos vinculados aos juros básicos se justifica pelo alto nível da Taxa Selic, que passou a ser elevada pelo Banco Central a partir de março de 2021, saltando de 2% ao ano para 13,75% ao ano e permanecendo nesse patamar desde agosto de 2021.
O estoque total do Tesouro Direto ultrapassou a marca de R$ 110 bilhões pela primeira vez. No final de março, o volume chegou a R$ 110,474 bilhões, um aumento de 2,2% em relação ao mês anterior e 27,84% em comparação a março de 2021.
Investidores
No mês de março, 368,6 mil novos investidores se cadastraram no Tesouro Direto, elevando o número total de investidores para 23.724.147. O aumento acumulado em 12 meses é de 32,6%. Já o número de investidores ativos, com operações em aberto, cresceu 12,67% em 12 meses, chegando a 2.141.535.
O Tesouro Direto é popular entre pequenos investidores. Em março, as vendas de títulos de até R$ 5 mil corresponderam a 76,7% do total de 489.507 operações. Os investimentos de até R$ 1 mil representaram 53,5%. O valor médio por operação foi de R$ 9.782,67.
Os títulos de médio prazo são os mais procurados pelos investidores, representando 37,9% das vendas. Já os títulos com prazo entre 5 e 10 anos foram responsáveis por 45,4% das vendas e aqueles com prazo superior a 10 anos, por 16,7%.
Captação de recursos
O Tesouro Direto foi criado em 2002 para popularizar a compra de títulos públicos por pessoas físicas, permitindo a aquisição direta dos títulos pela internet e sem intermediação de agentes financeiros.
Os aplicadores pagam uma taxa semestral para a B3, a bolsa de valores brasileira, que custodia os títulos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com um adicional que pode variar de acordo com a Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa definida antecipadamente no caso dos papéis pré-fixados.
As vendas de títulos públicos são uma das formas do governo captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos.
O balanço completo do Tesouro Direto está disponível na página do Tesouro Transparente.
Fonte: Agência Brasil