O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a fazer a troca do carpete que reveste o plenário da Corte. O material anterior foi destruído durante a invasão do edifício em 8 de janeiro. A compra e instalação do novo carpete custará R$ 308.085,97.
A vencedora da licitação foi a Construtora Planalto, de Brasília. A empresa fornecerá 850 m² do produto em fios 100% náilon na cor ouro “exatamente idêntica à do carpete existente”, conforme a especificação do edital de licitação.
A despesa será custeada com recursos destinados ao STF no Orçamento Geral da União. O valor máximo admitido no pregão foi de R$ 330.090,00.
O carpete deverá passar por tratamento para proteção contra manchas e sujeiras, além de receber impermeabilizante antiácaros, fungos, bactérias e mofo.
Na sexta-feira (30) o carpete antigo começou a ser removido. Os trabalhos foram paralisados na segunda-feira (3) por causa do velório do ministro aposentado da Corte, Sepúlveda Pertence. A solenidade foi feita no salão branco, que fica ao lado do plenário.
O espaço onde fica o plenário do STF é revestido pelo carpete no piso e em parte da parede. No dia 8 de janeiro, o local ficou alagado e cheio de sujeira, cacos de vidro e lixo, com a depredação das cadeiras e móveis.
Capitaneados pela presidente do STF, ministra Rosa Weber, os servidores da Corte reconstruíram o plenário a tempo da abertura do ano do Judiciário, em 1º de fevereiro. O carpete, no entanto, permaneceu.
A ideia era trocá-lo junto com os demais esforços de reparação e restauro. Porém, não havia em Brasília, à pronta entrega, um carpete no tamanho e especificações estabelecidas pela Corte.
A solução foi lavar e limpar o carpete antigo, e esperar até o recesso do Judiciário (durante o mês de julho) para fazer a troca. No período, o Supremo funciona em regime de plantão e não há sessões presenciais. Mesmo com a limpeza, o ambiente do plenário ficou com cheiro de mofo.
Segundo o STF, a estimativa de prejuízo causado pelos atos de 8 de janeiro na Corte é de R$ 11,4 milhões. A Advocacia-Geral da União (AGU) já pediu à Justiça o bloqueio de bens no valor de R$ 26,2 milhões de suspeitos de envolvimento nos ataques.Edital
O edital de licitação para a troca do carpete foi divulgado em março. Segundo o documento, o carpete antigo deve ser removido junto com “os resíduos aderidos a ele”.
“Em seguida, fazer a limpeza do local com aspirador de pó e regularizar o contrapiso com camada de nata de cimento, lixada após a pega, podendo, antes disso, corrigir irregularidades de maior tamanho com argamassa”.
Depois disso, o carpete novo deve ser instalado com junções das mantas para que “as emendas entre elas resultem invisíveis”.
Os trabalhos devem terminar até o dia 20 de julho. O prazo de garantia dos serviços é de 12 meses e o do carpete, de cinco anos. A última troca do carpete ocorreu em 2004.
Créditos: CNN Brasil