01 de Fevereiro de 2023
Política

Militares tramaram envenenar Lula, Alckmin e Moraes para impedir posse, revela PF

Militares tramaram envenenar Lula, Alckmin e Moraes para impedir posse, revela PF

A Polícia Federal (PF) revelou nesta quinta-feira (19) detalhes de uma investigação sobre um grupo formado por militares e um policial que planejava um golpe de Estado e a execução de autoridades, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O caso veio à tona após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que autorizou uma operação contra os suspeitos. A operação prendeu quatro militares do Exército, conhecidos como "kids pretos", além de um policial.

Golpe e monitoramento de autoridades

De acordo com a investigação, o grupo começou a monitorar os deslocamentos de autoridades já em novembro de 2022, antes mesmo da posse de Lula, marcada para janeiro de 2023. O monitoramento foi iniciado após uma reunião ocorrida na residência do ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, em 12 de novembro de 2022. Braga Netto foi candidato a vice-presidente na chapa de reeleição de Jair Bolsonaro.

A PF identificou conversas do grupo discutindo formas de executar Alexandre de Moraes, incluindo o uso de explosivos e envenenamento em eventos oficiais públicos. No entanto, os próprios conspiradores reconheciam os altos riscos dessas ações, como danos colaterais, mortes de agentes de segurança e a alta chance de captura.

No caso do presidente Lula, o plano considerava sua vulnerabilidade de saúde e idas frequentes a hospitais. O objetivo seria utilizar químicos ou venenos para causar colapsos orgânicos. O vice-presidente Geraldo Alckmin, codinome "Joca", também seria alvo para eliminar a chapa presidencial eleita.

Estrutura do grupo

Segundo a PF, o grupo foi organizado em cinco núcleos principais:

  1. Ataques virtuais: Contra opositores políticos e instituições;
  2. Ataques às instituições: STF, TSE e ao sistema eleitoral eletrônico;
  3. Tentativa de golpe de Estado: Ações para abolir o Estado Democrático de Direito;
  4. Ataques relacionados à pandemia: Contra vacinas e medidas sanitárias da Covid-19;
  5. Uso de estrutura pública para enriquecimento ilícito: Envolvendo fraudes, desvios de bens e uso indevido de recursos do Estado.

Entre os crimes apontados estão o desvio de bens de alto valor entregues por autoridades estrangeiras ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a falsificação de cartões de vacina contra a Covid-19, usada para inserção de dados falsos no sistema do Ministério da Saúde.

Gravidade do caso

O plano incluía a eliminação de toda a segurança em torno das autoridades, conforme a PF revelou em um dos trechos citados por Alexandre de Moraes:

“Claramente, para os investigados, a morte não só do ministro, mas também de toda a equipe de segurança e até mesmo dos militares envolvidos na ação era admissível para o cumprimento da missão.”

O caso escancara o nível de radicalização e organização de núcleos golpistas que, segundo a PF, buscaram desestabilizar o governo eleito por vias violentas e inconstitucionais.

Fonte: G1

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