A confirmação de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), estará ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no lançamento do novo PAC na próxima segunda-feira (25) divide bolsonaristas nos bastidores.

Uma ala ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), considerada mais radical, entende que a participação de Tarcísio no evento de Lula é mais um episódio que o afasta da base bolsonarista, que o ajudou a chegar ao governo do Estado.

Esses críticos avaliam que, ao aparecer ao lado do presidente da República, o governador tenta um reposicionamento ideológico, se distanciando da direita e tentando se aproximar mais do centro.

A crítica, porém, não é unânime. Deputados do PL próximos ao ex-presidente admitem que Tarcísio enfrentará resistência em parte da militância, que não entende o encontro com Lula, principal adversário de Bolsonaro. Todavia, parlamentares dizem que a ida do governador ao lançamento do PAC “faz parte do jogo político”.

Aliados de Tarcísio defendem que os gestos do governador em relação a Lula tem como foco garantir a realização de obras importantes no estado, como a implantação do túnel ligando Santos a Guarujá, a extensão da Linha 2 Verde do Metrô; Trem de Passageiros São Paulo-Campinas, além de moradias do Minha Casa, Minha Vida.

O PAC deve injetar mais de R$ 179 bilhões em São Paulo.

Pessoas próximas ao governador de São Paulo minimizam o encontro com Lula e dizem que Tarcísio faz frequentemente gestos a Bolsonaro, seu padrinho político.

O governador visitou, na semana passada, o ex-presidente no hospital em São Paulo, faz publicações nas redes socais e convida, mesmo sob críticas, Bolsonaro como hóspede no Palácio dos Bandeirantes.