01 de Fevereiro de 2023
Internacional

UE aprova início de negociações para adesão da Bósnia ao bloco

UE aprova início de negociações para adesão da Bósnia ao bloco
Os líderes da União Europeia aprovaram nesta quinta-feira (21), primeiro dia da reunião do Conselho Europeu em Bruxelas, o início das negociações para a adesão da Bósnia-Herzegovina ao bloco. Porém, os Estados-membros deixam claro que o país terá que empreender mais reformas.

Há oito anos, o país dos Balcãs ocidentais pediu para se juntar ao bloco e agora os 27 concordaram em iniciar conversações para a adesão da Bósnia-Herzegovina.

"Parabéns. O lugar de vocês é na nossa família europeia", declarou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, na rede social X.

"A decisão de hoje é um passo fundamental no percurso de ingresso à UE. Agora é preciso continuar o trabalho árduo para que a Bósnia-Herzegovina avance de forma constante, como o povo do país deseja", acrescentou Michel.

A decisão é vista como um passo histórico para a Bósnia, que há quase 30 anos tenta se recuperar da guerra, na década de 1990, e reforçar a estabilidade ameaçada por rivalidades étnicas.

Elvira Habota lidera o processo da Bósnia para a integração europeia e já afirmou que a decisão de quinta-feira pode gerar "uma onda de otimismo para os cidadãos, instituições, autoridades e toda a sociedade bósnia". Ampliação

A invasão russa da Ucrânia revigorou o esforço da UE para ampliar o grupo dos 27 membros e apontar novas entradas de países da Europa oriental e central. Em dezembro passado, os atuais Estados-membros concordaram em iniciar negociações com a Ucrânia e Moldávia.

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, também saudou a decisão do Conselho Europeu, descrevendo-o como um "passo importante" para aproximar Sarajevo da União Europeia. "Uma UE ampliada significa uma UE mais forte", vincou Metsola. Reformas obrigatórias

A decisão da UE abre caminho à integração da Bósnia no bloco, mas também identifica diversas medidas que o país terá que aplicar antes da nova etapa, especificamente, reformas judiciais e eleitorais.

Antes de iniciar novos desdobramentos, a Dinamarca e os Países Baixos manifestaram preocupação com lacunas nas reformas constitucionais e eleitorais.

No Parlamento holandês, uma moção apresentada pelo partido de centro-direita Novo Contrato Social pediu o adiamento das conversações, mas foi rejeitada na quarta-feira (20), permitindo ao primeiro-ministro interino, Mark Rutte, apoiar a abertura das tratativas no encontro de cúpula da UE, que ocorre na Bélgica.

"Vamos apoiar a proposta da Comissão para a abertura das negociações", anunciou Rutte ao chegar à cúpula, "mas é crucial que a Bósnia faça muito mais”.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sublinhou que a Bósnia está “totalmente alinhada” com a política externa e de segurança da UE. O país também está melhorando a gestão dos fluxos migratórios e adotando leis para combater a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo, assegurou Leyen.

A Bósnia-Herzegovina conta com o apoio consistente de um grupo de países conhecidos como os "amigos da Bósnia", que inclui a Áustria, a Croácia, a Itália, a Hungria e a Eslovénia.

O chanceler austríaco, Karl Nehammer, deixou uma mensagem antes da cimeira: "É verdade que ainda existem questões pendentes, mas isso também aconteceu com a Ucrânia, uma vez que as negociações de adesão só começam quando esses pontos forem cumpridos".

"O mesmo processo que se dá à Ucrânia deveria ser igualmente adequado para a Bósnia-Herzegovina”, disse o chanceler, que concluiu: “A Áustria está apoiando esse ponto de vista".

A Bósnia-Herzegovina obteve o estatuto de país candidato à UE em dezembro de 2022. Em março de 2024, os países “amigos da Bósnia” propuseram condicionar a progressão da Ucrânia e da Moldávia à adesão para tentarem acelerar a candidatura bósnia, de forma a articularem melhor os objetivos.

A UE deixa claro que qualquer Estado europeu que respeite os valores democráticos comunitários e esteja empenhado em promovê-los pode candidatar-se à adesão ao bloco, mas deve para isso submeter-se a um processo de negociações formais, seguido de reformas judiciais e administrativas.

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Agência Brasil

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