Sem pensar duas vezes, o torcedor Vinicius Cardoso Vieira Silva, de 24 anos, resolveu pedir para ser mandado embora do trabalho para acompanhar o Atlético-MG na final da Conmebol Libertadores, diante do Botafogo, no sábado, na Argentina.
A ideia surgiu assim que iniciaram as vendas de ingressos para a decisão. O torcedor adquiriu no cartão de crédito, sem saber como ia, sem passaporte ou documento oficial. Apenas o desejo de acompanhar a possível conquista do bicampeonato continental.
— No início do mês, teve Atlético e River Plate. Já tinha falado para o pessoal, se o Galo tivesse para passar, eu ia para a Argentina. Mas nem eu acreditava nisso. Quando saiu o ingresso para a final, entrei na fila e comprei. Sem identidade, sem passaporte. Minha mãe disse que eu tava maluco.
Técnico de utilidades, Vinícius estava há quatro anos na empresa. Mesmo assim, não pensou duas vezes em pedir as contas para acompanhar o Alvinegro na final. Com o caminho livre para viajar, o torcedor teve que correr para fazer um documento de identidade.
— Conversei com o pessoal da minha empresa, que propuseram me desligar. Pedi para ser mandado embora para acompanhar Galo. Tinha quatro anos de empresa. Eu mexia com refrigerador industrial. Foi para mandar embora e, com o dinheiro do acerto, poder pagar a passagem. Eles eram rígidos, então, pedi para abdicar.
— Dia 20 foi meu último dia de emprego. Estava com o ingresso garantido já. Eu fiz a identidade direto. Fui correndo lá, sem data marcada, e me atenderam no dia. Busquei ela na segunda-feira.
Com a parte burocrática concluída, ainda faltava um detalhe importante: o transporte. Ele ainda não sabia como faria para chegar na Argentina - já que o preço das passagens estavam acima do normal.
Pensou em ir de carro para São Paulo — e de lá ver um roteiro. Viu avião, mas encontrou a solução ideal: ele esteve presente na caravana custeada pelo clube de ônibus. Dois dias de viagem, sem ter uma noite em Buenos Aires. Mas, que para Vinícius, vale todo o esforço.
- Até então, eu não tinha como fazer nada. Pensei em ir de carro, ir para São Paulo. Aí, veio o pessoal da Organizada, que falou que era de graça (ônibus doados pelo clube). Então, não gastei nada com passagem. Só o que consumiremos em dois dias de viagem.
Fonte: G1