O presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, afirmou hoje (26) que a maioria das obras e bens culturais destruídos durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro já foram restaurados. O Iphan, em conjunto com os acervo do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto, divulgou em março um relatório de vistoria dos prédios e das ações de restauração adotadas.
"Com o apoio dos restauradores da Câmara, do Senado, do STF e do Palácio do Planalto, praticamente tudo o que era necessário e possível foi restaurado. Existem alguns ajustes específicos, como tapeçarias, que talvez não serão restauradas e manterão sua aparência como estratégia de memória", disse Grass em entrevista ao programa "A Voz do Brasil", da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Lista Vermelha
Leandro Grass também destacou a Lista Vermelha (Red List, em inglês), que traz objetos culturais brasileiros frequentemente alvo de comércio ilegal no mercado internacional, como arte sacra, fósseis, peças arqueológicas, livros e mapas. O documento foi lançado pelo Conselho Internacional de Museus (Icom) em fevereiro deste ano, com apoio do Iphan e de outras instituições nacionais.
A lista não enumera bens específicos, mas contém fotos de exemplos de objetos protegidos por lei e com risco de tráfico ilícito, com objetivo de ajudar fiscais e autoridades policiais, como as alfândegas, a evitar a saída ilegal desses objetos do país. "A Red List é uma ferramenta para criar uma cultura sobre a importância desses bens e uma política integrada para evitar a ilegalidade", afirmou Grass.
O Brasil é o 26º país com o maior número de objetos culturais roubados. A taxa de recuperação atual é considerada muito baixa, segundo dados do Icom. A Lista Vermelha do Brasil é a vigésima publicação lançada pelo conselho. Existem listas sobre bens da América Latina, México, Colômbia e Peru. Foi publicada uma edição emergencial sobre a Ucrânia devido ao conflito com a Rússia.
Fonte: Agência Brasil