O governo federal anunciou nesta quinta-feira (2) que os invasores da Terra Indígena Alto Rio Guamá, localizada no Pará, terão até o dia 31 de maio para deixar o local. Caso não cumpram a determinação, serão retirados à força por equipes formadas pela Força Nacional, Abin, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Ministério da Defesa. A homologação da TI completa 30 anos em 2022. A ação de desintrusão é uma determinação judicial de 2012 e é um esforço do governo para acabar com a exploração ilegal de madeireiros, agricultores e garimpeiros.
De acordo com representantes do governo em coletiva de imprensa, a maior parte dos invasores é de madeireiros, mas outras atividades ilegais como mineração e siderurgia também são praticadas na região. Além disso, figuras do agronegócio também foram identificadas na Terra Indígena, o que preocupa as autoridades. Apesar do processo de retirada dos invasores ter sido determinado há mais de uma década, o governo alegou que exige uma "mobilização complexa".
A TI Alto Rio Guamá abrange os municípios de Nova Esperança do Piriá, Paragominas e Santa Luzia do Pará e é habitada pelos povos awa guajá, ka'apor e tembé. Familias não indígenas se estabeleceram na região, mas o governo garante que a maioria delas foi assentada no entorno da TI, com o apoio do Estado. O governo irá oferecer serviço de mudança aos invasores, além do cadastro para definir a possibilidade de assentamento.
Também foi informado que há invasores remanescentes no território Yanomami, apesar dos esforços do governo para retirá-los. A ministra Sonia Guajajara afirmou que 70% dos garimpeiros já deixaram a região, mas os que restam estão provocando os indígenas e buscando conflito. A operação é pacificar a terra indígena Yanomami e não queremos derramamento de sangue, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Para isso, serão utilizados serviços de inteligência para identificar quem está dando suporte às ações criminosas.
Fonte: Agência Brasil