01 de Fevereiro de 2023
Política

Negociações para votação do Projeto de Lei das Fake News ainda estão em curso

Negociações para votação do Projeto de Lei das Fake News ainda estão em curso

O deputado Orlando Silva (PCdoB-RJ), relator do Projeto de Lei das Fake News (PL 2630), informou nesta terça-feira (2) que as negociações entre líderes partidários sobre a votação do projeto estão em curso. A sessão para discutir a proposta está prevista para começar às 18h.

O PL institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, estabelecendo normas e mecanismos de transparência para provedores de redes sociais, ferramentas de busca e de mensagens instantâneas, bem como as diretrizes para seu uso. O texto destaca que essas medidas não restringirão a liberdade de expressão, nem a manifestações artísticas, intelectuais, conteúdos satíricos, religiosos, políticos, ficcionais, literários "ou qualquer outra forma de manifestação cultural".

Orlando Silva explicou que, se houver descumprimento da lei e risco aos direitos fundamentais da população, a fiscalização dos provedores (redes sociais, aplicativos de mensagem instantânea a ferramentas de busca) será realizada nos termos de regulamentação própria. O relator retirou o trecho que previa a criação de uma autarquia especial destinada à fiscalização do cumprimento da lei, para evitar possíveis obstáculos na tramitação da matéria no Parlamento.

Os provedores terão o dever de cuidar do conteúdo publicado, prevenir ou reduzir práticas ilícitas no âmbito do seu serviço e combater publicações que incitem crimes de golpe de Estado, atos de terrorismo, suicídio ou crimes contra a criança e o adolescente. As big techs (grandes empresas de tecnologia) também ficam obrigadas a criar mecanismos para que os usuários denunciem conteúdos potencialmente ilegais e cumprir regras de transparência, submeter-se a auditorias externas e atuar contra os riscos sistêmicos dos algoritmos que possam levar à difusão de conteúdos ilegais ou violar a liberdade de expressão, de informação e de imprensa e ao pluralismo dos meios de comunicação social ou de temas cívicos, político-institucionais e eleitorais.

A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça, determinou que a Google cumpra imediatamente uma série de medidas cautelares para corrigir os indícios de que a empresa está censurando o debate público sobre o PL das Fake News. O secretário Nacional de Defesa do Consumidor, Wadih Damous, afirmou que o principal indício de que a empresa vem agindo irregularmente para promover seus próprios interesses econômicos é o fato de ela ter incluído, na página principal do buscador, um texto em que sustentava que "O PL das Fake News pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil". O link foi retirado do ar pouco após a Senacon anunciar as medidas que a empresa deve cumprir.

* Com informações da Agência Câmara

Fonte: Agência Brasil

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