O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou a visão de alguns países preocupados com o crescimento econômico da China, considerando que isto representa uma contradição aos princípios do Consenso de Washington, um conjunto de recomendações neoliberais para o desenvolvimento econômico. Durante um encontro com o presidente espanhol, Pedro Sánchez, no Palácio da Moncloa em Madri, Lula também defendeu a criação de um G20 da Paz em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia. Na ocasião, foram assinados três memorandos de entendimento: sobre cooperação no Ensino Superior Universitário; entre os ministérios do Trabalho dos dois países e uma carta de intenções na área de ciência, tecnologia e inovações.
Lula questionou a preocupação dos países em relação ao crescimento chinês, alegando que o Consenso de Washington pregava a globalização como solução para o mundo e que todas as megaempresas americanas investiram utilizando a mão de obra barata da China, fato que os chineses souberam tirar proveito. O presidente ainda afirmou que o crescimento chinês ocorreu de maneira diferenciada de outros países, uma vez que não passou por guerra. Ele condenou a guerra entre Rússia e Ucrânia e propôs a paralisação dos conflitos, criando um "acerto de contas". Lula também argumentou sobre a necessidade de uma mudança do mecanismo internacional: "Quem determina atualmente são os vencedores da 2ª Guerra, mas o mundo mudou. Precisamos construir um novo mecanismo internacional que faça a coisa diferente. Acho que tá na hora da gente começar a mudar as coisas e tá na hora da gente criar um tal de G20 da Paz, que deveria ser a ONU".
Fonte: Agência Brasil