O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a libertação imediata de um homem negro chamado Paulo Alberto da Silva Costa, de 35 anos, que havia sido acusado em 62 processos com base em reconhecimento fotográfico falho. Ele estava preso desde 2020 na Cadeia Pública Cotrim Neto, em Japeri, Rio de Janeiro. A Defensoria Pública do Rio, que atuou no caso, afirmou que Paulo não tinha antecedentes criminais e nunca foi preso em flagrante, mas foi apontado como suspeito de crimes devido a fotos de suspeitos afixadas na entrada de uma delegacia e no reconhecimento de fotos de redes sociais de origem desconhecida.

Os ministros da Terceira Seção do tribunal votaram por unanimidade pela soltura de Paulo Alberto, já que as acusações foram baseadas em reconhecimento fotográfico falho. Segundo a coordenadora de defesa criminal da defensoria do Rio, Lucia Helena Barros, oito em cada dez pessoas que foram presas injustamente são negras e os erros em reconhecimento fotográfico acabam provocando prisões e condenações injustas, reforçando a seletividade do sistema penal.