Os trabalhadores da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Casa) decidiram, em assembleia realizada nesta quinta-feira (4), pela continuidade da greve por tempo indeterminado. O Sindicato da Socioeducação de São Paulo (Sitsesp) informou que a categoria está em luta por melhores condições de trabalho, segurança e salário.
A categoria iniciou a greve às 0h de quarta-feira (3) devido à falta de acordo sobre o reajuste salarial com o governo do estado de São Paulo. Uma das entidades que representa a categoria informou que a reivindicação inclui a segurança no local de trabalho.
"O principal é a segurança nos locais de trabalho e as perdas salariais dos últimos anos. Nós temos um plano de cargos e salários que eles não cumprem", disse o presidente da Associação dos Servidores da Fundação Casa, Laércio José Narcisio.
Segundo Narcisio, a reivindicação por segurança se deve às mortes e espancamentos de funcionários ocorridos nos últimos dois anos nas unidades Vila Maria, Franco da Rocha, Ribeirão Preto e antiga Raposo Tavares. Além disso, ele disse que há uma defasagem salarial referente ao plano de cargos e salários que nunca funcionou.
Na terça-feira (2), o governo estadual, por meio da Secretaria da Justiça e Cidadania e da Fundação CASA, apresentou uma proposta de reajuste salarial de 6%, incidente sobre os benefícios e aplicável a partir da folha de pagamento de maio, com pagamento em junho. No entanto, a proposta foi recusada pelos trabalhadores em assembleia e manteve-se a paralisação aprovada no último sábado (29), com início na quarta-feira.
Em nota, o governo estadual informou que, após uma reunião na tarde de ontem entre o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região, a Fundação Casa e o Sitsesp, ficou decidido pela retomada das negociações desde que houvesse a suspensão do movimento grevista em todo o estado.
Além da proposta de reajuste de 6%, o governo disse que "realizará as avaliações de desempenho previstas no Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) relativas aos anos de 2017, 2018 e 2019, ao longo dos próximos três semestres, viabilizando a possibilidade de progressão funcional nas carreiras."
Em um novo comunicado enviado nesta quinta-feira (4), a Fundação Casa reafirmou que "segue aberta ao diálogo com o sindicato a fim de encerrar a greve e valorizar os servidores". Informou ainda que na sexta-feira (5), haverá uma nova audiência de conciliação no TRT.
* Matéria atualizada às 22h22 para acréscimo de nova nota da Fundação Casa
Fonte: Agência Brasil