Dinossauros podem não ter sido extintos apenas por conta de meteoro. É o que afirma um novo estudo publicado pela revista científica Science Advances, que descobriu que os répteis pré-históricos poderiam estar ameaçados antes mesmo da catástrofe conhecida.
De acordo com a pesquisa liderada por Don Baker, professor do Departamento de Ciências da Terra e Planetárias da Universidade McGill, no Canadá, as alterações climáticas desencadeadas por enormes erupções vulcânicas podem ter preparado o terreno para a extinção dos dinossauros. A nova linha de estudo desafia a narrativa tradicional de que apenas o meteoro teria matado os animais.
A equipe de pesquisa investigou as erupções vulcânicas provenientes das rochas chamadas “Armadilhas de Deccan”, localizadas na Índia. Com a análise, o grupo descobriu que elas teriam danificado a qualidade do ar ao liberar gases tóxicos para a sobrevivência, como o enxofre e o flúor.
“Nossos dados sugerem que a desgaseificação de enxofre vulcânico poderia ter causado quedas globais repetidas e de curta duração nas temperaturas”, afirma Sara Callegaro, geocientista da Universidade de Oslo, e uma das pesquisadoras do estudo.
“O vulcanismo das Armadilhas Deccan preparou o cenário para uma crise biótica global, deteriorando repetidamente as condições ambientais”, complementa ela.
O vulcanismo na época seria recorrente, formando verdadeiros “invernos vulcânicos”, que teriam então impossibilitado a vivência dos répteis. Segundo os pesquisadores, esta instabilidade teria dificultado a vida de todas as plantas e animais e preparado o cenário para o evento de extinção dos dinossauros.
Créditos: CNN Brasil