Adolescentes das etnias Mbya Guarani e Awa Guarani, do Sul e Sudeste do Brasil, cantam uma reza que enfatiza a força coletiva na cura dos povos indígenas. Acompanham os cantos sons tradicionais de violão, rabecas e maracás, juntamente com passos que levantam a terra do chão. Durante o Acampamento Terra Livre (ATL) 2023, em Brasília, fica evidente a força dos jovens indígenas na resistência contra as tentativas de suprimir a cultura de seus povos. Ju Kerexu, coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), também professora de guarani, explica a importância da reza coletiva, afirmando que "para nós, o canto e a reza trazem essa cura através do coletivo, com as vozes das mulheres, das meninas". A presença de crianças e adolescentes indígenas no acampamento demonstra que a luta ancestral continua. Ainda afetados por violências, como a miscigenação forçada, o chamado aculturamento causou a perda da identidade étnica de muitos indígenas. O debate sobre a demarcação das terras indígenas ocorreu novamente durante o ATL, como forma de proteger a cultura e os costumes desses povos. A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, anunciou que a pasta encaminhou 12 terras indígenas para demarcação do governo federal. De acordo com a Apib, o Brasil precisa demarcar mais de 200 terras indígenas. O Acampamento Terra Livre irá até a próxima sexta-feira (28).
Fonte: Agência Brasil