O volume declarado de compra e venda de criptomoedas atingiu o valor mensal recorde de R$ 115,7 bilhões em setembro, de acordo com o relatório de dados abertos da Receita Federal, divulgado em 13 de novembro.
Na comparação com o mês anterior, quando R$ 28,3 bilhões foram movimentados, o crescimento foi de 304%. Esse montante contabiliza transações realizadas tanto por meio de exchanges de criptomoedas nacionais e internacionais quanto negociações firmadas diretamente entre pessoas físicas e jurídicas.
O crescimento registrado em setembro concentrou-se em operações realizadas à margem das exchanges: R$ 97,1 bilhões, equivalentes a 84% do total.
De janeiro a setembro de 2024, os brasileiros movimentaram R$ 363,2 bilhões em criptomoedas. O montante já supera em 27% o total de R$ 284,4 bilhões negociados em 2023.
Embora o volume movimentado tenha apresentado um salto significativo, o número de pessoas físicas e jurídicas que declararam operações com criptomoedas está em queda desde o começo de 2024.
Em janeiro deste ano, 8,9 milhões de pessoas físicas declararam operações de criptomoedas à Receita Federal, contra 4,3 milhões em outubro – uma redução de 51%.
O número caiu ainda mais no que diz respeito às pessoas jurídicas, de 403,1 mil para 16,5 mil, o que representa uma queda de 95%.
Criptomoedas mais negociadas no Brasil
O crescimento do volume negociado de criptomoedas em setembro foi puxado pelas stablecoins atreladas ao dólar.
A USDT, stablecoin líder do mercado, foi o criptoativo mais negociado no Brasil em setembro, somando um total de R$ 16,6 bilhões, com operações de valor médio de R$ 34,7 mil. A USDC somou US$ 1,3 bilhão com transações de valor médio de R$ 1,2 mil.
Maior criptomoeda do mercado, o bitcoin movimentou R$ 3,1 bilhões em setembro. Surpreendentemente, o montante ficou abaixo dos R$ 4,5 bilhões declarados em transações do BNB token nativo da Binance, a maior exchange de criptomoedas do mundo.
O ether registrou R$ 884,8 milhões em volume negociado e a Solana, R$ 375,2 milhões.
A Receita Federal voltou a publicar os dados abertos de negociação de criptomoedas em agosto, um ano após ter suspendido a divulgação de relatórios mensais.
Fonte: Exame